Por XicoSa
Nessa retrospectiva caliente, nada mais oportuno do que lembrar nossa campanha pela comilança, sem culpa, das fêmeas.
Nessa retrospectiva caliente, nada mais oportuno do que lembrar nossa campanha pela comilança, sem culpa, das fêmeas.
Mais prazeres da carne e menos metafísica nesse final de ano.
Te juega, Lola, no banquete nada platônico deste Natal.
Nada pior, amigo, do que sair com a pequena, e ela só beliscar, qual
um passarinho, uns saudáveis farelos ou folhinhas sem graça.
Que desgosto.
Você caprichou na escolha do restaurante, acordou com água na boca
por um prato que só você sabe onde encontrá-lo, quer fazer uma presença,
fazer bonito com a cria da sua costela.
Que desgosto, a gazela mira o ambiente com “nojinho”, de tão fresca.
Uma estraga-prazeres, eclipse de um belo sabadão ensolarado.
La grande Bouffe (A comilança)- 1973 |
Ah, nada mais bonito do que uma mulher que come bem, com gosto,
paladar nas alturas, lindamente derramada sobre um prato de comida,
comida com sustança.
Os olhinhos brilham, a prosa desliza entre a língua, os dentes,
sonhos, o céu da boca. Ela toma uma caipirinha, a gente desce mais uma,
sábado à tarde, nossa doce vida, nossos planos, mesmo na velha medida do
possível.
Pior é que não é mais tão fácil assim encontrar esse tipo de
criatura. Como ficou chato esse mundo em que a maioria das mulheres não
come mais com gosto, talher firme entre os dedos finos, mãos feitas sob
medida para um banquete nada platônico.
Época chata essa. As mulheres não comem mais, ou, no mínimo, dão um
trabalho desgraçado para engolir, na nossa companhia, alguma folhinha
pálida de alface. E haja saladinha sem gosto, e dá-lhe rúcula!
A gente não sabe mais o que vem a ser o prazer de observar a amada
degustando, quase de forma desesperada, um cozido, uma moqueca, uma
feijoada completa, uma galinha à cabidela, massa, um chambaril, um
sarapatel, um cuscuz marroquino/nordestino, um cabrito, um ossobuco, um
bife à milanesa, um tutu na decência, mocotó, um baião de dois, uma
costela no bafo, abafa o caso!
Foi embora aquela felicidade demonstrada por Clark Gable no filme ”Os
Desajustados”, quando ele observa, morto de feliz, Marilyn Monroe
devorando um prato de operário. E elogia a atitude da moça, loa bem
merecida.
Além do prazer de vê-las comendo, pesquisas recentes mostram que as
mulheres com taxas baixíssimas de colesterol costumam ser mais nervosas,
dão mais trabalho em casa ou na rua, barraco à vista, intermináveis
discussões de relação…
Nada mais oportuno para convencê-las a voltar a comer, reiniciá-las nesse crime perfeito.
Moças de todas as geografias afetivas e gastronômicas, aos acarajés,
às fogazzas, aos pastéis, aos cabritos assados e cozidos, ao sanduíche
de mortadela, à dobradinha à moda do Porto, ao lombo -de lamber os
lábios!-, ao churrasco de domingo para orgulho do cunhado que capricha
na carne e sabe a arte de gelar uma cerva. E aquela fava, meu Deus, com
charque, enquanto derrete a manteiga de garrafa, último tango do
agreste.
O importante é reabrir o apetite das moças, pois, repito, senhoras e
senhores, o velho mantra: homem que é homem não sabe a diferença entre
estria e celulite.
Bon appétit!
Bonne Année
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Olá!
Que alegria ter você aqui...entre...entre...se acomode aqui ao meu lado...vamos tomar uma xícara de chá? ou café, se preferir...estou feliz que tenha vindo! Você e sua Alma encantadora!
Sinta-se em casa...e, sempre que quiser...
APAREÇA!
Sua presença ilumina meu dia.
Volte sempre!!